26 June, 2007

Novos Baleeiros




Os Açores são um dos melhores locais do nosso planeta para os mamíferos marinhos.
Mais de 20 espécies estão identificadas! Esta riqueza faz das nove ilhas dos Açores um genuíno aquário natural, situado no meio do Atlântico, entre a Europa e a América.
Os cachalotes descobrem aqui inigualáveis condições: um santuário!
Libertas da pressão dos baleeiros, fruindo de águas translúcidas e de abundante alimento, as baleias permanecem, todo o ano, ao redor das ilhas. Este é um fundamento para explicar a ligação e a amizade que existe entre todos os açorianos e os cachalotes. Eles fazem parte da nossa herança natural, histórica e cultural. Esta ligação é tão antiga como a população, porém, fortaleceu-se a partir do aparecimento das baleeiras norte-americanas, há cerca de 200 anos.
Os açorianos aprenderam a ser baleeiros e exploraram a caça à baleia até 1987, data da morte do último cachalote.
Actualmente, as baleias continuam presentes nas nossas vidas, mas de uma forma mais excelsa e dignificante. Trata-se de uma herança, orgulhosamente, regenerada e, sobretudo, protegida.
Em verdade vos digo que os barcos continuam a sair ao sinal de “baleia à vista, baleia à vista”. Seguem em direcção aos cetáceos, guiados pelos “vigias”, indivíduos com traquejo feito ao longo dos anos que, auxiliados por eficazes binóculos, procuram incansavelmente um “bufo” sobre as águas.
A bordo o entusiasmo apodera-se da tripulação, a emoção multiplica e um só desejo é agora Rei e Senhor: o tão esperado encontro com os cachalotes e golfinhos.
O sentimento é idêntico ao do passado. Deixa todos perplexos entre o temor e o contentamento da descoberta. Era também assim a reacção dos baleeiros. Partiam para a “caça à baleia” como se fosse sempre a primeira vez, como se fosse uma verdadeira aventura.
Hoje somos nós a embarcar. Hoje nós somos os NOVOS BALEEIROS.

Tenho dito!

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