As muralhas negras e geométricas dos “currais” (minúsculas segmentações do terreno), e as típicas e emblemáticas adegas são adágios basilares para a percepção das vivências da nossa povoação, no passado.
O basalto foi o material de estruturação mais utilizado durante essa era, trasladando, ainda mais, a negra ínsua, mas avultando a pigmentação das videiras e das uvas.
Em verdade vos digo que os campos de lava se edificaram em majestosos vinhedos à custa do árduo labor de numerosos homens e mulheres.
O vinho do Pico teve, durante mais de duas centenas de anos, e presentemente tem notoriedade universal, sendo apreciado, amado e admirado em diversas nações, nomeadamente na Inglaterra, Américas e Rússia, onde chegou a ser brindado na mesa dos czares.
Todavia o ataque do oídium, em meados do séc. XIX, danificou as vinhas e quase as destronou, porém fez-se a sua lenta recuperação que se alicerçou no assentamento de novos bacelos.
No caso da povoação de São Mateus, essa recuperação é visível por todos aqueles, turistas ou não, que se deslocam para contemplar e apreciar as nossas vinhas.
No fundo, à semelhança do que aconteceu no passado, as terras são cultivadas, prestigiando a história vitivinícola, as pessoas poderão contemplá-las e no futuro abre-se uma herança às gerações vindouras.
"Só conseguirá compreender o que é uma propriedade quem lhe tiver sacrificado uma parte de si próprio, quem tiver lutado para a salvar e sofrido para lhe dar beleza." (Saint-Exupéry)
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