20 October, 2006

Não é grave cometer erros, ...


Reflectindo visceralmente sobre o baralho de cartas, sobre o quadriculado tabuleiro que permite jogar xadrez ou damas e sobre o conjunto de peças do dominó, que tenho em cima do armário da sala e cujos inventores desconheço, acho que estou perante o trabalhoso raciocínio de alguém que suplantou em inteligência o notável produto das endeusadas tábuas da lei que Moisés em circunstância habilidosa criou, mas teve a sagacidade de imputar a sua feitura a Deus.
Em qualquer um dos jogos supracitados a diversidade de cambiantes tem, em minudência, um legitimado e único lugar. Nos dez mandamentos, uma só e curta frase seria suficiente para dominar todo o enredo que do conteúdo emana: “não faças aos teus irmãos o que não queres que te façam.”
Quem, um a um, medite sobre a inaplicabilidade prática do decálogo – trata-se em grande parte de um cerceio à subsistência plácida, porque o ser humano é o mais terrível dos predadores – desde logo se solicita interrogar: que Deus é este que instituiu como directiva fulcral uma lei tão medíocre? Mais: o comportamento da natureza demonstra sem equívoco que, segundo o logicamente constituído, este mandamento é um verdadeiro paradoxo.
Eu, raciocinando sobre a origem de os dez mandamentos serem dez e não nove, ou doze, por exemplo, chego à conclusão que se deve exclusivamente ao facto de uma pessoa ter dez dedos nas mãos, isto se for uma figura somática normal.
A terminar esta rápida equação ao persistente erro temporal em que a humanidade milita, em nome de uma segunda outra vida, questiono: então não é tremendamente lesante que se evoque "em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo" e não "em nome do Pai, da Mãe e do Filho"?
Não somos nós Mães que padecemos, e muito, para dar a vida?
Não somos nós Mães que cuidamos deles durante os nove meses que os temos dentro de nós?
Não somos nós Mães que estamos sempre presentes durante o resto de suas vidas?
E, agora interrogo: onde andou o Espírito Santo durante todo esse infinito processo de amplitude da vida humana?
Em verdade vos digo que são inúmeras as criaturas que convencidas afirmam que eu, sobrinha de Bispo, Padre e Freira, não acredito em Deus. Lamento desapontar esses seres, todavia, é evidente que acredito em Deus e naquele que se encontra sentado à Sua direita – Jesus – um homem que andou descalço sobre escaldantes areias e pedregosos caminhos pregando a palavra do Pai. Esse homem teve, e ainda hoje tem, a capacidade extraordinária de mover multidões, com a simples mensagem de uma vida melhor num mundo melhor.
Não é isso que todos queremos?
Não é disso que todos andamos à procura?
Tomara aos políticos da actualidade terem essa predestinada idoneidade. A habilidade de conquistarem os tão sumptuosos votos, em época de eleições, com a exclusiva oração – vou tentar fazer o que puder com aquilo que tiver. Porém, todos sabemos que não é isso que fazem. Antagónicamente ao desejado, prometem mundos e fundos e no final tudo se restringe a nada.
Estou a ser sincera comigo e convosco quando digo que eu e todos os demais erramos numerosas vezes, contudo, penso que se pudesse voltar a viver a minha vida tentaria cometer ainda mais erros, porque julgo que não é grave cometer erros, grave é não aprender com eles.

E que assim seja!

7 comments:

Anonymous said...

Realmente todo o Ser humano comete erros. Errar é humano, como se costuma dizer.Corrigir o erro e aprender com ele é mais dificil, porque são poucos os que o admitem.
Na nossa bela Freguesia de São Mateus há exemplos disso

Anonymous said...

A maior parte das pessoas está descontente com o Governo de Sócrates, é só greves e mais greves, e sem servirem de nada, o nosso país está um caos.
Eu acho que isto será uma maneira de aprenderem com o erro que cometeram em pô-los a frente de Portugal
Mesmo assim não sei se alguns aprenderão, porque estão completamente embriagados e cegos

Anonymous said...

Vai-me desculpar,mas infelizmente não é só em S.Mateus que temos exemplos...

Anonymous said...

Quando o governo era PSD,também já haviam bastantes greves,se calhar alguma coisa já andava mal,não acha?

Anonymous said...

Mas não tantas como agora.
A maior parte dos que votaram a favor, já se arrependeram

Anonymous said...

Nos mandatos anteriores já haviam greves sim senhor, mas depois de ter entrada o governo de Socrates são constantes. Vocês sabem muito bem, não queiram tapar o sol com a peneira, que o povo está descontente com o que se vê no nosso País. Você está satisfeito com todas as leis impostas pelo governo? Parece que sim!

Anonymous said...

A Função Pública esteve ontem e está hoje outra vez em greve, e com uma adesão muito superior ao esperado...porque será? Por estar tudo bem no nosso País? Concerteza que não.