19 March, 2007

Obrigado Homens Bravos


Chegou ao fim a epopeia do Candelária na edição da presente temporada da Taça CERS. Foi precisamente no último jogo que os picarotos sofreram a única derrota na prova, mas o desaire por 4-2 foi suficiente para o título ficar em Espanha nas mãos do Vilanova. Casa cheia no Garraf (2.000 lugares), para receber o Candelária, numa festa fantástica e entusiasmante do primeiro ao último segundo da partida, a aficion local demonstrava grande confiança na conquista duma prova que na última temporada havia sido perdida na final frente ao poderoso Barcelona.
Com os dois conjuntos na máxima força, já que do lado da equipa de Alberto Mózon, Roger Boira recuperou a tempo de participar na final, pese embora não tenha sido utilizado, e por seu lado, Mauro Fernandez também apareceu no conjunto verde branco, depois da sua presença na final ter estado em dúvida, estavam lançados os dados para um grande jogo de hóquei em patins.
Os Espanhóis entraram muito fortes na partida tentando chegar cedo à vantagem, conseguindo o seu intento com um golo logo ao sexto minuto através de “Santi” Julivert. Os picarotos souberam reagir à adversidade e foram à procura da igualdade e colocaram a eliminatória novamente empatada com um golo de Carrais depois dum assistência de Tomba, num jogada de excelente efeito. Este tento gelou e silenciou por completo o pavilhão, só sendo audíveis os festejos duma dúzia de adeptos do Candelária que se deslocaram à Catalunha. A equipa laranja abanou, sentiu o golo e os homens de Pedro Nunes controlavam a partida. Foi nesta toada que a partida se jogava até que a um minuto do descanso, David Rós conseguiu receber, de costas para a baliza, uma bola dentro da área, tendo rodado para um remate colocado que colocou o Vilanova novamente em vantagem na partida. Este golo acabou por ser determinante no desfecho da partida, já que surgiu conta a corrente do jogo e num momento chave da partida.
No reatamento e em desvantagem, o Candelária assumiu a despesas do jogo conseguindo criar perigo junto da baliza de Arellano, mas o gigante espanhol mostrava-se intransponível. Assim e mais uma vez, o contra golpe foi fatal e numa recuperação e transição muito rápida, Rós bisou e levou o Garraf ao rubro. O Vilanova aproveitava o balanceamento ofensivo do adversário e demonstrava eficácia na hora da finalização, chegando mesmo ao quarto a poucos minutos do final através de Del Amor. Numa demonstração de grande personalidade, os homens da Candelária vergaram mas não caíram conseguindo ainda amenizar a desvantagem com mais um golo de Carrais.No final, a festa foi bonita, mas não era a nossa festa. O título está bem entregue e o vencedor é justo, mas esta final foi muito equilibrada e no conjunto dos dois jogos fica mesmo a sensação de que o Vilanova não é superior ao Candelária. A arbitragem da dupla transalpina não ficou isenta de erros graves, demonstrando mais uma vez que a verdade desportiva por vezes sai deturpada. Por este ou aquele pormenor, por esta ou aquela razão, o Pico continua lá longe, “perdido no meio do Atlântico” e muito longe dos grandes centros onde tudo se decide. Contudo esta é a hora de enaltecer e valorizar tudo aquilo que foi feito em prol das nossas gentes, por um grupo de homens bravos, como se diz aqui em Espanha, que um dia tiveram a coragem de se bater por todos nós.

Obrigado!

"A maior prova de coragem é suportar as derrotas sem perder o ânimo."
Autor: Ingersoll , Robert

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