Caríssimos Irmãos, algumas pessoas, ultimamente, tem-me perguntado porque deixei de escrever.
Falta de tempo é sem dúvida um dos motivos. Contudo, não é o único.
Pois bem, por vezes a vida torna-se um pouco, para não dizer muito, complicada, às vezes passamos por situações que jamais imaginámos possíveis. Todavia, essas situações acontecem sem nos darmos conta e sem sabermos porquê. Tentamos lidar com elas diariamente, diligenciamos enfrentá-las da melhor forma exequível, mas mesmo assim não vemos, nem por um canudo, resposta para as legitimar.
Quem disse que a vida é fácil?
Pois é, a vida não é nada fácil, até é extraordinariamente difícil, tão difícil que por vezes se torna detestável, porém, lá vamos nós vivendo enquanto Deus consente.
Queridos amigos, eu tenho por hábito viver a minha vida segundo as profecias que Jesus nos ensinou. Quando me deparo com alguma dificuldade pego na minha bíblia (amiga de muitos anos) e analiso minuciosamente uma ou outra parábola que se associe a essa situação, e que me ajude a pelejá-la.
O que fazer?
Ai está. Uma questão que à priori parece simples, mas que até é bastante complicada. Particularmente quando não temos conhecimento de causa e, subsequentemente, não sabemos o que realmente devemos fazer.
É evidente que num momento de desespero rezamos uns terços, pedimos a Deus e aos Santos um milagre, prometemos fazer, em troca de um desejo cumprido, uma infinidade de coisas (na maioria das vezes fazemos promessas absurdas que não conseguimos cumprir por falta de condições financeiras, físicas e psicológicas), mas mesmo assim a coisa não vai lá.
Enfim… ninguém é perfeito, e quem diz que é está longe de o ser!
Uma das parábolas que Jesus nos ensinou, aquando da sua rápida passagem pela Terra, fala-nos de um filho que abandonou o seu pai, que se distanciou daqueles que gostavam dele, decidiu, sabe-se lá porquê, explorar o mundo, e após passar pelo “inferno” concluiu que o melhor para si era retornar a casa. No dia em que regressou, o seu pai vestiu-lhe com as melhores vestimentas, abateu o seu bezerro mais gordo e fez-lhe uma grandiosa festa de boas vindas. Vendo isto, o seu filho mais velho ficou encolerizado porque tinha servido o pai tantos anos, sem nunca o desiludir, e nunca tinha sido agraciado desta forma. Então o pai disse-lhe: “- Meu filho, tu estás sempre comigo e tudo o que eu tenho é teu, mas era preciso fazermos uma festa e alegrarmo-nos, porque o teu irmão estava morto e voltou a viver, estava perdido e apareceu.”
Depois de tantos anos a ouvir e ler esta parábola, somente agora compreendi o seu significado.
Em verdade vos digo que são inúmeras as vezes que temos de amar e auxiliar aqueles que carecem voltar a viver. Mesmo quando não os compreendemos.
Temos que acreditar neles e, sobretudo, ter fé em Deus. Talvez assim valha a pena continuar a lutar.
E que assim seja!