29 July, 2007

Este blog está de luto...

Ontem, dia 29 de Julho, precisamente no dia do meu aniversário, faleceu a minha tia Balbina. Por esse motivo este Blog está de luto, e permanecerá de luto durante os próximos três dias, em respeito à sua memória.

Que Deus a tenha junto a Si.

27 July, 2007

Festival Rock Sem Limite II

Local: Antigo Campo de Futebol dos Bombeiros da Madalena (Junto à Pista de Patinagem da Madalena).

Dia e Hora: 3 de Agosto às 22 horas & 4 de Agosto às 22 horas.

Organização: Produções Sem Limite

Apoios: Câmara Municipal da Madalena; Casa do Povo de São Mateus; Rádio Pico; Rádio Montanha; Jornal Ilha Maior.

Ilha do Pico - Açores



In. www.youtube.com

19 July, 2007

Deixai vir a mim as criancinhas...

Caríssimos amigos, todos nós sabemos, por experiência própria, que a época do Verão é fértil em várias festas. São momentos de júbilo que quebram a monotonia e dão altivez à vida. Nas festas saboreia-se, de forma vigorosa, a generosidade e a beleza da vida e do mundo.
As festas criam, igualmente, lugar para o encontro e para a camaradagem desprendida e livre das pessoas, fora das relações convencionais, aceleradas e competitivas de cada dia.
As portas abrem-se para as visitas que chegam, existe tempo e disposição para uma hospitalidade sincera, oferecem-se atenções redobradas aos outros, reencontram-se amizades antigas, vence-se o anonimato e o isolamento. As festas têm uma idoneidade agregadora e reunificadora da família e da comunidade. Muitos são os filhos da terra que foram viver para outros lugares, e que nesses dias se empenham em estar presentes, em gozar a alacridade do convívio e a força gregária das mesmas tradições que, outrora, deixaram. Assim, as festas tornam o sentido comunitário mais vivo e mais forte. Este é, ainda, um fruto da fé que a comunidade cristã deve levar à vida social – a convivialidade humana.
As festas asseguram a identidade de uma comunidade. As pessoas acham-se com as suas origens, recordam memórias comuns, dão-se de forma simples e simpática com os visitantes e diligenciam em mostrar aos que vêm de fora a sua melhor imagem. O nosso povo apresenta, no dia da festa, as ruas enfeitadas, procura irradiar e levar bem longe a boa nova da sua alegria pela música e pelos sinos. Num tempo de egoísmo, de desconfiança recíproca e de anonimato, devemos admirar e fomentar estes valores humanos das festas, que são também valores cristãos.
Uma dessas tão afamadas festas é aquela que é considerada a segunda maior festa dos Açores: a festa do Senhor Bom Jesus Milagroso, na nossa povoação de São Mateus.
Ainda sou do tempo em que esta era uma festa que ajuntava um aglomerado de pessoas durante três ou quatro dias, aproximadamente. Todavia, actualmente isso não acontece. E porquê? Talvez, e na minha opinião, porque as pessoas querem muito mais do que aquilo que a nossa festa tem para nos dar. Querem um programa festivo que além da componente religiosa tenha também uma componente cultural.
Caríssimos irmãos, a nossa freguesia de São Mateus é uma das poucas freguesias do nosso concelho, e quiçá da nossa ilha, que tem inúmeros grupos culturais de gigantesca qualidade. Sendo assim, não consigo perceber porque motivo esses grupos não podem actuar durante as nossas festas. Por qual é o motivo que o nosso Padre não se senta numa mesa redonda, como nos tempos do Rei Artur, com os representantes desses nossos Grupos e lhes propõe actuações durante os dias de festividade.
Tenho a certeza absoluta que o nosso grupo de Teatro “Gota de Mel”, o nosso Grupo Folclórico e Etnográfico “Ilha Morena”, a nossa Filarmónica “Lira de São Mateus”, o nosso Conjunto Musical “Sem Limite” ou até mesmo o nosso Grupo Folclórico “Crianças da Escola Primária de São Mateus”estariam disponíveis para animar todos aqueles que visitassem a nossa terra, e creio sinceramente que seriam muitos mais do que os que a vão visitar com a actual inexistência de um programa cultural.
Em verdade vos digo que a festa do Senhor Bom Jesus Milagroso deveria ser organizada por uma Comissão (aglomerado de pessoas responsáveis), previamente elegida, para elaborar um programa cultural que dignificasse a nossa festa e, sobretudo, a nossa terra. Até porque não creio que o nosso Padre tenha a capacidade ou a amabilidade de o fazer.
Amigos, vamos ser realistas, acima de tudo. Hoje em dia, são cada vez mais as pessoas que se estão a afastar da nossa Igreja. E porque será? Porque será que se contam pelos dedos das mãos e dos pés aqueles que frequentam a missa dominical na nossa Igreja? Porque será que se contam pelos dedos de uma só mão aqueles que a frequentam com menos de trinta anos? Porque será que as crianças não podem fazer um bocadinho de barulho dentro da nossa Igreja? Será que somos nós que estamos equivocados?
Acho que não. E para provar a minha anterior afirmação, em relação a uma das minhas questões, vou citar uma das mais belas frases de Jesus “ deixai vir a mim as criancinhas, pois a elas pertence o Reino dos Céus”.

E que assim seja!

14 July, 2007

Reflexões - "The End"


Em verdade vos digo que não estou preparada para a morte de ninguém. Nem para a dos meus familiares, nem para a dos meus amigos, nem para a minha – que, confesso, me provocaria um enorme transtorno. Até porque já tenho coisas planeadas para Dezembro.

Que tenha dado por isso, nunca morri, e as coisas nas quais tenho falta de experiência sempre me amedrontaram. Todavia, a morte, para mim, não é novidade.
Já passei pela amargosa dor de perda. Perda de pessoas de quem gostava e por quem tinha uma absoluta admiração.
Há bocadinho percebi que um dia, todos nós – seres humanos – vamos morrer. Ninguém fica para semente. Alguns de nós vamos chegar a velhos, meio malucos e a cheirar a chichi. Na melhor das hipóteses. Na pior, morremos já amanhã debaixo de um camião de doze rodados, ou com uma dessas enfermidades esquisitas, sem tratamento, que por aí andam. É a consciência aguda deste nosso vasto leque de opções que, hoje e agora, faz de mim uma humorista – ou uma realista.

Não sei porquê, ou até talvez saiba, mas finjo não saber, hoje deu-me para isto. Até porque a morte pode ser mais humana que a vida. É, pelo menos, mais tranquilizadora, porque a vida é bem mais difícil de compreender. Como e quando é que começou a vida? E antes desse princípio, o que é que havia? E as minhas chaves do carro, onde estão? Questões cuja resposta o ser humano não tem capacidade para compreender. Que abstracção é esse nada que havia antes do início do universo? E as minhas chaves estavam dentro do carro, mas como é que eu tranquei o carro e deixei as chaves lá dentro?

Já a morte, não deixa dúvidas. É um fim. “The end”, como no final dos filmes, quando o pessoal se levanta e sai da sala com aquela sensação de contentamento, de história fechada, de ponto final. Além de que é só nossa. É o acto mais individual da nossa vida. No nascimento, há ali muita gente ao barulho. A mãe e, quando calha, o pai. Mas a morte é pessoal. Sabemos que aquilo é um assunto que a ceifeira tem para resolver só connosco. Estamos completamente sozinhos. O que, no meu caso, será particularmente desagradável: como se não bastasse o resto, e com a sorte que tenho, ainda morro em má companhia.

E que assim seja!