14 March, 2006

Pais e Filhos

A adolescência é uma idade fechada e secreta.
Os jovens tentam adaptar-se e iniciar uma vida adulta independente, querendo enfrentar a sua frágil auto-estima e também a desconfiança dos mais velhos.
Por sua vez, a maioria dos pais espera que os filhos se tornem adultos, mas continuam a tratá-los como crianças. No entanto, os filhos querem ter a sua independência, mas também o apoio dos pais.
A pluralidade dos adolescentes depende economicamente dos pais, mesmo depois de terem atingido a sua independência emocional.
Os adolescentes sentem necessidade de quebrar os laços que têm com a família e necessitam do grupo de amigos.
Muitas das vezes, as pressões familiares, sociais e económicas ou até mesmo a mudança para a puberdade levam o adolescente a fazer parte de um grupo de clãs que, além de muitas outras coisas, reforçam a sua identidade e os levam a cometer atitudes e actos violentos.
O problema da adolescência a nível familiar é, surpreendentemente, o facto de todos os pais ficarem completamente desorientados diante dos novos moldes de comportamento dos seus filhos adolescentes.
Ao longo da infância, os pais preocupam-se em desenvolver nos seus filhos uma série de hábitos. Esta tarefa educativa costuma dar frutos antes dos doze anos. Mas pode, também, acontecer que a partir desta idade as crianças modifiquem; não contem em casa o que fazem fora dela, não voltem às horas do costume, reajam com agressivos modos, a sua maneira de vestir apresenta característica de certos grupos sociais e no seu quarto reina a desarrumação.
Quando estas situações inesperadas acontecem, muitos pais sentem-se entristecidos e desmoralizados: tanto tempo a educar os filhos e eles tornam-se, mais tarde, irresponsáveis.
O método de imputar demasiadas responsabilidades sobre os filhos adolescentes não dá os resultados esperados. Serve, unicamente, para que eles se afastem progressivamente, chegando mesmo a recrear os maus hábitos recentemente adquiridos. Pode chegar um momento no qual os pais pensem que já não se trata de um problema de educação, mas de uma questão de “ordem pública”.
Poderá existir alturas na vida dos pais em que eles tentem a aproximação e o diálogo com os filhos adolescentes para saberem o que estes pensam sobre a vida e, principalmente, sobre o futuro, mas como é normal da idade os jovens remetem-se ao silêncio.
Nestes casos, os pais sentem que falar com uma parede é mais fácil do que falar com os seus próprios filhos, o que se torna deveras desagradável para ambos.

Darlene Lopes Pinheiro
Formanda do Curso Técnico Animador Sócio-cultural / Assistente de Geriatria

1 comment:

Anonymous said...

parabens Sandra pelo teu blog e tambem por incentivar os jovens de hoje a escrever.
continua!