29 November, 2005

Pensamentos II - Verdade versus Mentira

Muitas vezes a vida não é justa, mas o melhor que podemos fazer é aceitá-la como ela é e aproveitarmos o melhor que ela tem para nos dar.
Sou defensora que somos nós que adestramos o nosso destino, que somos nós, com as nossas façanhas, boas ou menos boas, que deliberamos se a vida nos vai decorrer de feição.
Na verdade vos digo que jamais, até hoje, me arrependi de nada que outrora tenha resolvido; arrependi-me certamente e variadíssimas vezes de posturas que não adoptei e deveria ter adoptado, de palavras que não proferi e deveria ter proferido, de actos e acções que não ostentei e deveria, obrigatoriamente, ter ostentado, …
Porém, considero, que muitas das atitudes que não tomei quando deveria ter tomado deveram-se ao exclusivo facto de não ter por intenção magoar nenhuma alma. Pensei e presentemente penso que não tenho o singular direito de ferir as pessoas de quem gosto e que muitas vezes é preferível conviver, imutavelmente, em desconformidade intensa, mas ter a benquerença dessas próprias figuras, em vez de verbalizar verdadeiramente o que penso e arruinar essa amizade e, quiçá, até mesmo perde-las perpetuamente.
Não me encaro como dominadora móbil, nem tão pouco creio ser superior aos meus semelhantes, sei que tenho qualidades e, logicamente, defeitos, como qualquer outra pessoa os têm, contudo agrada-me cogitar que as minhas qualidades superam em redundância a totalidade dos meus defeitos.

“Assim como uma gota de veneno compromete um balde inteiro, também a mentira, por menor que seja, estraga toda a nossa vida.”
(Gandhi)

28 November, 2005

Bombeiros Voluntários da Madalena

Há algumas semanas, encontrava-me a ler o conceituado e reverenciado semanário Ilha Maior, quando descortinei uma lacónica manifestação de cólera exercida sobre os Bombeiros Voluntários da Madalena. Essa concisa epístola relatava um tristonho e desonroso incidente da vida comum de uma nossa conterrânea e acusava indiscriminadamente os Bombeiros do concelho da Madalena.
Não sei se o referido artigo simetrizava ostentosamente a verdade ou se tudo não passou de um mal-entendido, o que sei é que considero uma tremenda injustiça dos demais em o terem escrito e posteriormente publicado.
È sabido por todos, que aqueles, homens e mulheres, que laboram voluntariamente ou não nos Bombeiros Voluntários da Madalena tudo fazem para salvaguardar a nossa segurança e, consequentemente, a nossa integridade física. Por isso mesmo, considero arbitrário que alguma criatura, seja ela quem for, lhes aponte o dedo e os critique por atitudes que não cometeram, pois tenho a fiel convicção que o que se sucedeu foi uma tremenda jogada maquiavélica de seres medíocres e cruéis.

Ilha do Pico

24 November, 2005

Amigo Márcio

Na verdade vos digo que quando recordo o jovem Márcio, o faço, alguns anos após o seu infortunado desaparecimento, com os olhos abarrotados e submergidos em lágrimas alagadas que me vazam pela face ruborizada de nostalgia e com o coração, espirituosamente, numa agitação agigantada de saudade.
Hoje, aqui e agora, dedico-lhe o poema infra vinculado na genuína esperança que, onde quer que ele se encontre, tenha a mais infinita infalibilidade que a sua freguesia e todas as pessoas que nela habitam jamais o esquecerão. Permanecerás, eternamente, nos nossos corações.


Márcio

Foi uma viagem sem volta,
Aquela que tu escolheste,
E num turbilhão à solta,
Até mesmo a vida perdeste.

Deixaste nesta vida amigos,
Que a tua falta estão chorando,
Pelo pouco que te conheciam,
Lágrimas estão derramando.

Deixaste os campos entristecidos,
Derrubaste as folhas das árvores,
Esqueceste o bater das ondas,
Por entre os mares perdidos.

Já nem os pássaros oiço,
Esqueceram seus belos cantares,
De que servem suas melodias,
Sem alegrar teus olhares?

Foste uma perda frustrante,
Para este planeta azulado,
Que se sente mais distante,
Do que o Universo tem ditado.

23 November, 2005

São Mateus referência Turística

É sabido, pela comunidade em geral, que a freguesia de São Mateus é, durante os resplandecentes meses de Verão, um ponto de paragem deveras solicitado, visitado e apreciado por todos os turistas, estrangeiros e nacionais, que têm a amabilidade de visitar a nossa ilha de basalto negro.
Não há excursionista que se preze que não possua no seu itinerário o nosso São Mateus.
Todos passam por cá, uns para contemplarem as rendas da Filomena, outros para admirarem os talentosos e habilidosos objectos de arte do Arménio, alguns para conhecerem os belos e aromáticos vinhedos e, similarmente, as adegas de pedra, edificadas pelas mãos dos nossos dignos antecessores, que se localizam na Pontinha e, incontestavelmente, muitos para venerarem o Senhor Bom Jesus Milagroso.
Creio que para o continuo desenvolvimento económico da nossa freguesia seria de uma extrema utilidade apostar, ainda mais, no turismo local e, logicamente, conceber infra-estruturas hoteleiras e de restauração para que esses sujeitos, homens e mulheres, que trespassam a imensidão dos oceanos para nos conhecerem, não só transitem por cá, mas também por cá permaneçam.

21 November, 2005

Pensamentos I - Pergunta sem Resposta

Estou há rigorosamente uma hora e quarenta e dois minutos sentada no meu acanhado escritório de pigmentação branca. Defronte a mim, em cima da secretária de metal acinzentado, tenho o computador encetado numa página do Word em branco…em branco porque nem sei o que gatafunhe. Sinto como se as ideias e os pensamentos se estivessem esgotado radicalmente da minha cabeça.
Inesperadamente, recordo-me de há uns dias ter estado a ler um determinado blog sobre a minha harmoniosa povoação de baleeiros e lavradores e, abruptamente, questiono-me sobre o real motivo de tamanhas malfadadas sátiras sobre tudo e todos. Não consigo depreender, instintivamente olho de encontro ao paraíso e aguardo que me seja dada uma divinal resposta, mas isso não acontece, quiçá, lá em cima, Ele esteja atarefado com diversas interrogações muito mais importantes e substanciais.
Não construí este blog para criticar quem quer que seja, deixo isso para os peritos na matéria, elaborei-o, sim, para informar aos demais sobre o que se passa na nossa pequena freguesia de excepcionais pessoas, de grandiosas individualidades que já comprovaram, cá e lá, a bravura, abnegação e determinação que têm para transformar a nossa terra num lugar aprazível para todos nós e, particularmente, para os nossos descendentes.
Gostaria, antes de finalizar esta breve missiva de pensamentos inquietantes, de vos deixar uma mensagem, politicamente correcta, deixem de atacar as pessoas, as que estavam ou as que estão, e, em vez disso, ajudem-nas a encontrar o caminho e a caminhar sobre ele na direcção certa.
Lembrem-se que, para edificar-mos os projecto que, agora ou outrora, idealizamos, necessitamos dos outros. Sozinhos jamais chegaremos a lugar algum.
Após estas linhas de escrita singular devo, imperiosamente, dizer-vos que ainda não sei a resposta à minha inaugural questão. Presumivelmente jamais saberei a resposta, até porque considero que para algumas perguntas, pura e simplesmente, não existem respostas.

Parabéns Boavista


Parabéns, Boavista, pelo assombroso e fantástico inicio de época desportiva.
O grupo está a jogar intensamente bem e todos os seus atletas e quadro técnico têm evidenciado, finalmente, ter um compassivo espírito de companheirismo e dedicação. Essa postura tem sido extraordinariamente benéfica e, particularmente, tem influenciado os resultados alcançados de forma positiva.
É, sempre, relevante recapitular que nos últimos dois encontros futebolísticos, em que o Boavista participou, o desfecho foi triunfante para a equipa da nossa povoação.
Confio e acredito, veramente, que o nosso Boavista vai permanecer a enaltecer o bom-nome do Clube Desportivo da nossa Freguesia e, continuamente, a nos surpreender e deslumbrar com resultados indubitavelmente positivos e com exibições fantásticas.
Bem hajam!

VERDADE

Nunca queres "esgotar a verdade". - Umas vezes, por correcção. Outras - a maioria - para não passares um mau bocado. Algumas, para o evitares aos outros. E, sempre, por cobardia.
Assim, com esse medo de aprofundar, nunca serás homem de critério.
(Josemaría Escrivá)