10 July, 2008

“The Special One”.

Caros leitores, muitos são aqueles que vivem a sua vida em função do proveito próprio.
Vamos fazer isto ou aquilo. Mas espera aí. Quanto é que vamos lucrar com o nosso feito?
Aí está a pergunta que inúmeras pessoas fazem a si próprias, quando pensam em fazer algo ou, de alguma forma, ajudar um ser necessitado.
É ver que poucos são aqueles que despem a sua camisa para abrigar um irmão esfriado, sem que essa atitude albergue uma quantia monetariamente benéfica.
Porque será que mudámos tanto o nosso comportamento?
Passámos de seres solidarizados para seres apalermados?
Creio que sim.
Um dos motivos para essa mudança radicalmente comportamental é, sem dúvida alguma, a necessidade consumista.
Pois é. O dinheiro transforma, quase sempre para pior, as melhores pessoas. Dá-nos a volta à cabeça e faz-nos ser aquilo que não somos. Transforma-nos em pessoas “de nariz empinado”, e deixamos de dar valor às coisas realmente importantes que temos nas nossas vidas, tais como a família e os amigos, entre tantas outras.
Agora que temos uns trocos na algibeira vamos lá mudar de amigos porque os velhos já não pertencem à nossa classe social, já não são do nosso nível. Vamos lá comprar um carro topo de gama para passarmos pelos nossos amigos e os deixarmos para trás. Agora que temos amigos novos, verdadeiramente importantes, vamos lá cortar relações com a nossa família, porque a família dos nossos amigos tem mais euros do que a nossa.
Enfim, …, comportamentos deste tipo são o pão-nosso de cada dia na nossa ilha. Todos os dias deparamos com atitudes deste calibre e, digo eu, pouco dignas. A grande maioria das pessoas que outrora estimávamos imenso, agora não passam de vulgares conhecidos de uma outra época, quiçá de uma outra vida.
Em verdade vos digo que aquilo que aparentamos ser não é de todo o que realmente somos. Podemos ter dinheiro, uma boa casa, um bom carro e um bom emprego, todavia, somos à priori indivíduos iguais a todos os outros que por cá andam.
Às vezes temos que chamar à Terra e à razão aqueles que andam em Marte e na ilusão.
É-me bastante difícil entender as pessoas que colocam o dinheiro e os bens materiais, que eventualmente possam ter, à frente de coisas que deveriam ser, obrigatoriamente, muito mais importantes, como os nossos sentimentos, ou até mesmo, a nossa entreajuda.
Há uns dias alguém me disse:
- Ninguém faria aquilo que estás a fazer por “A”, “B” ou “C”. Eles tem uma enorme divida para contigo, nem que seja uma divida de gratidão.
Ao que eu objectei:
- Não, não tem. Aquilo que eu possa ter feito ou faço por “A”, “B” ou “C” é entre mim e Deus, quando chegar à minha hora e tiver a honra de estar perante Ele.
Não quero com isto dizer que sou, como diz o José Mourinho, “the special one”. Nada disso! Simplesmente tenho uma coisa que, hoje em dia, poucas pessoas têm – consciência.

E que assim seja!

2 comments:

Anonymous said...

"Aquilo que eu possa ter feito ou faço por "A" ... é entre mim e Deus..."

Bela advertência, Sandra,se todos fôssemos assim, como o Mundo seria diferente, mas...
... falta, falta algo muito importante.
Pôr as consciências a trabalhar!
E, andam tantas e tantas tão adormecidas no seu egoísmo, e tudo o mais que pode corroer.
É bom que hajam consciências alerta.
Obrigado pelo que me tens ajudado,aquando das visitas ao teu blog, e desculpa as intromissões.
Este e outros blogs que normalmente visito têm me ajudado muito a aliviar um pouco alguma depressão que teima em amarrar-se a mim, para além dos conhecimentos e incentivo a dar um melhor sentido à minha vida.
ma.rodrigues

Anonymous said...

Alguém disse um dia "O mundo é nos emprestado, vai ficando de uns para os outros."
Para quê tanta azafama, tanto dinheiro e .... mais nada...
só levamos deste mund as acções que fazemos..
Lírio da Montanha